quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A muito tempo que não me emocionava tanto


O filme "Piaf um hino ao amor" é sentimentos fortes do começo ao fim. A cinebiografia de Edith Piaf é interpretada brilhantemente por Marion Cotillard, atriz que se entrega de corpo e alma, emocionando em cenas marcantes que ficam em nossa memória. Quando a cantora sai da vida pessoal e entra no palco em um ato de entrega à arte, para cantar "Hymne à l'amour", extravasando toda a dor de perder seu amado, é dificil conter as lágrimas. Já no final da vida, Piaf morreu aos 47 anos mas aparentando muito mais, ela clama pelo seu público e mesmo impossibilitada sobe ao palco. Quando sai do cinema, ainda não tinha me recuperado de tamanha emoção, a muito tempo que um filme não mexia tanto comigo. Sai da sala com outra visão do mundo, olhando as pessoas com vontade de dizer a elas o quanto o amor é importante em nossas vidas, que viver sem amor é o mesmo que padecer na terra. A entrega a arte, a música transformando a vida das pessoas e nos mostrando atravéz do cinema a grandeza do amor. Não tenho palavras para descrever a beleza que é cada instante desse filme que me emocionou em todas as cenas. Quando a pequena Edith canta a Marselhesa na rua para ganhar moedas para sobreviver, comecei a chorar e não parei mais, terminando num choro convulsivo no grandioso final ao som de "Je ne regrette rien". Posso estar exagerando pois acabo de ver o filme e escrevo meio arrebatado, mas mesmo que exista alguns deslizes, exageros e pieguismos no roteiro, "Piaf um hino ao amor", é um dos melhores filmes que assisti nos ultimos tempos.
A letra de "Je ne regrette rien", traduz um pouco do que é a personalidade da Edith Piaf mostrada no filme:
Não, de Jeito Nenhum.
Não, de jeito nenhum. Não, eu não me arrependo de nada. Nem o bem que me fizeram. Nem o mal, tudo me parece igual. Não, de jeito nenhum. Não, eu não me arrependo de nada. Está pago, varrido, esquecido. Eu estou farta do passado. Com minhas lembranças, eu alimentei o fogo. Minhas aflições, meus prazeres. Eu não preciso mais deles. Varri meus amores. Junto a seus aborrecimentos. Varri por todo dia. Eu volto ao zero. Não, de jeito nenhum. Não, eu não me arrependo de nada. Nem o bem que me fizeram, nem o mal, tudo me parece igual. Não, de jeito nenhum. Não, eu não me arrependo de nada. Minha vida, minhas jóias, hoje. Começa com você.